Psicodelia, psy-trance, quimiognose, ocultismo, magia e iniciação.

Festivais de psy-trance, substâncias psicodélicas/quimiognose, ocultismo e iniciação, aonde essas facetas se encontram?

Aqui está tudo muito resumido, o suficiente para se ter uma idéia simples e clara de como funcionam os esquemas cabalísticos que permeiam esses assuntos, se parar para aprofundar dá pra abordar muito sobre, mas a intenção é não fazer uma leitura massante, cansativa,então vou falar sobre o básico.

Vou tentar explicar aqui, de acordo com experiências nos eventos, e com substâncias dentro e fora de festivais, e com os anos de estudos ocultos e magia, como essas coisas funcionam e que tipos de resultados podem ter o indivíduo que resolve adentrar essa experiência de Universos Paralellos, ou que eu chamo “iniciação psicodélica”.

Primeiro a gente tem que entender, como funciona a música eletrônica, psicodélica, que tem como base, princípios xamânicos, música é indutora de transe, em rituais xamânicos por exemplo, a velocidade da batida, o BPM, determina a capacidade de acesso, quanto Mais rápida a batida, com mais força essa indução é potencializada, essa é a base do transe/trance, e segue o mesmo esquema xamânico de indução do transe pela batida.

Em cada música dessa, contém um arcano de conhecimento, que parte da esfera espiritual de quem produz, é produzida através da psicodelia, da abertura do terceiro olho, ele trabalha com as frequências sonoras, da psiquê, veiculando a informação da experiência dele. Informação que a gente entende, com o exercício da percepção do plano sutil, com a expansão de nossa percepção, de nossa consciência. Assim como qualquer música, o artista está passando o conhecimento dele , sobre determinado aspecto da psiquê dele, ou aspecto da própria alma dele, depende do nível de percepção e trabalho alquímico que permeia a busca dele. As músicas não tem letras, mas tem nomes, não é à toa.

Além das vertentes serem cíclicas de acordo com a hora do dia, com mensagens e idéias e estilo, de acordo com o momento do dia. Cada estilo tem a idéia propícia a ser orquestrada em sua hora, cada vertente traz uma energia correspondente ao momento do dia, porém, isso dá um artigo completo, não vou aprofundar mais nesse aspecto.

Dentro da esfera do psy-trance, você vai encontrar uma infinitude de idéias, de conhecimentos, dos mais terrenos, aos mais transcendentais. Eles jogam você no transe da ideia deles, é assim que a música eletrônica funciona. É como um tarot sonoro, porém, com infinitas "cartas", infinitos arcanos, a pessoa dedicada a ouvir, decodificar essas músicas dia-a-dia, vai perceber que dentro da própria vida, que a música chega em simbiose com a experiência da pessoa no momento, e vai mostrar alguma coisa, seja um medo ilusório a ser transmutado, ou até uma verdade existencial de aprendizado. È quando a experiência psicodélica, sai dos festivais, e começa a permeiar a vida da pessoa que busca conhecimento e estuda a psicodelia. 

E qual o papel das substâncias nisso tudo? Da tão mal falada e mal compreendida quimiognose? Lembrando que você não precisa estra usando substâncias pra entender a música eletrônica, pois a percepção já está trabalhada. Ninguém está em eventos 24 horas usando substâncias, e confesso que a dedicação de decodificar essas músicas diariamente,  é uma tarefa para poucas pessoas. O papel das substâncias, é provocar o mergulho interior, potencializar a indução do transe, iluminar sua psiquê em níveis muito mais profundos, e ajudar você a entender a mensagem das músicas com a dança enquanto o Dj orquestra a idéia dele. Nessa hora você entra nos bloqueios da consciência, da mente ilusória, e no transe, busca respostas pra transcender as ilusões que retém nossa energia, nosso Chi, nossa forma-deus...

Ninguém sai igual de um evento desse, também ninguém sai outra pessoa totalmente diferente, porém não sai igual, ela sai diferente em vários aspectos, depende do quão ela observa a si mesma, e o quão ela quer aprender/transcender. “Há porque você não pode usar a substância pra fazer alquimia, é muleta”, cara, “faz o que tu queres...”, usar ou deixar de usar substâncias, não define facilidade, inclusive, pra alguns, pode definir muita, mas muita dificuldade, pois muitos nem aguentam a pancada de abertura no inconsciente... não existe mérito em usar ou deixar de usar, as verdades são muito voláteis, então não dá pra generalizar, e desculpa, se você generaliza, você fala somente dentro do seu limite, isso é falta de percepção sobre os outros Universos Paralellos de cada um , você está em um limite criado por você mesmo.

Agora o bagulho começa a ficar loko, porque esses aspectos citados acima, vão pra outro nível: A iniciação espiritual. “Porra Alma tu tá dizendo que festival de psy-trance traz iniciação espiritual”? Sim! E digo mais: Tá iniciando espiritualmente com muito mais verdade, do que muitas ordens por aí. Qual o princípio básico de uma iniciação espiritual? “Conhece-te a ti mesmo, e conhecerás o universo e todos os deuses”, essas experiências, te jogam nos teus abismos pessoais, te jogam nas bocas dos dragões, nos colos dos demônios. Agora, o que a pessoa faz com isso, é o que determina o andamento dos processos alquímicos e iniciáticos dele, tais quais como as ordens, os mestres podem colocar uma espada na tua cabeça, e te iniciar, porém, não vão observar o caminho e trabalhar por você os seus ordálios, essa é uma tarefa solitária, a iniciação, o caminho da vida, é uma escolha pessoal e intransferível. Com a transcendência dos limites de nossa percepção, podemos conectar nas egrégoras de várias ordens, uma pessoa vai se conectar de acordo com o grau de conhecimento que ela precisa e pode lapidar, é uma iniciação muito mais natural até do que as feitas nas ordens, porque a pessoa vai através dos agouros do espírito próprio, sem mestres formais. No caminho da vida, é você e seus demônios.

O princípio das iniciações mágicas, é puramente psicodélico, porque parte da abertura de nossa mente e alquimia pessoal pra entender os planos sutis de existência e aprendizado.

Festivais de psy-trance, são Xamânicos, porque te induz ao mergulho através da batida do pé no chão, e te ensina a conversar com o plano sutil; são Rosa-crucianos, porque te faz despertar pra irmandade, fraternidade; são Luciféricos, porque faz tu se auto iluminar; Satânicos, porque são festivais de contra-cultura imposta, quebra de dogmas, de regras;  são Qliphóticos, porque abrem as camadas mais escuras de nossa consciência (a darkzêra na noite é a melhor parte kkk); são totalmente Thelêmicos, porque a lei lá, é: “Faz o que tu queres, há de ser o todo da lei”, (faz o que tu queres esses eventos, também aborda que não é “faz o que tu quiseres”), Thelema engloba todos os aspectos anteriormente citados, e não há coisa mais Thelêmica, do que um festival de psy-trance/contra-cultura. Ali dentro, se forma um modelo de sociedade alternativa, fora do padrão de pensamento escravagista que vemos em nossa sociedade, um Woodstock, mas um Woodstock de outra geração, mas que grita contra a mesma sociedade escravagista que também predominava na época que se precedeu o mesmo Woodstock. Fazendo uma analogia mágica, é quase uma Abadia de Thelema.

Há muito preconceito em cima dos festivais, pelo que aparece na mídia, mas esse Caos que causa isso, também é o mesmo Caos que está sendo causado nas vias ocultas, nas sendas mágicas, quem vê de fora, vai ver as marmotagens explanadas, mas nunca vão ver o que há de sério sendo trabalhado por ocultistas sérios, a analogia é essa. Todo meio, por mais sério que ele seja, está sendo regido pelo Caos. Psy-trance, eventos psicodélicos, estão muito longe de ser apenas uma pessoa fritando com um pirulito na boca, porém, nunca duvide da capacidade de aprendizado de uma pessoa dessa, ali é um momento dela, em outro momento ela pode ir pra algo mais profundo e de aprendizado contínuo e sólido, a transformação rege a todos.

 Essas experiências nos festivais, levam a gente pro autoconhecimento, pra o exercício da vontade, acordar aquilo que está preso, oculto, o caminho da alma, a vontade, a nossa Thelema. Conheço muita, mas muita gente que mudou de vida depois dessas experiências, inclusive eu. São aqueles que tiveram vontade de jogar emprego de merda pro alto, e jogaram; jogar que sentiram a vontade de aquela relação de merda pro alto, e jogaram; são aquelas que sentiram a vontade de largar tudo, e largaram! E abriram a porta da vida, pra vida real, a vida psicodélica, espiritual, a iniciação pura.

É um exercício de libertação.

Um grande exemplo ritualístico sério, dentro de um festival, está nesse vídeo, vem uma tribo indígena do Acre, fazer ritual de abertura do festival e ritual de virada de ano. Os índios, os nossos ancestrais, evocam os arcanos da natureza, para trabalharem  no ritual coletivo, e nossos guardiões, também estão lá, nos deixando exercer nosso livre arbítrio, e trabalhar a si mesmo na psicodelia.

Pus esse vídeo também (link no final do artigo)., pois foi o primeiro festival grande que fui, (dentro de 40 anos, foi o lugar mais FODA que já fui em TODA minha vida), antes disso alguns anos , eram as festinhas escondidas nas chácaras, e eu vou falar por mim, e por um bocado de gente, que uma pessoa é uma pessoa antes de adentrar a um festival desse, e outra depois, o paradigma da vida muda, o olhar sobre a vida muda, porque quebra o limite da percepção pessoal. Psicodelia muda vidas.

E isso altera, transforma, toda uma geração pouco a pouco, pois uma pessoa que muda a si mesmo, ela muda o resto, a mudança, pessoal reverbera uma energia, o restante aprende pela operação alquímica dela, e isso é cabalístico .

Eis o link, enjoy:

https://www.youtube.com/watch?v=bTz1_-Zsy8E&list=RDMMbTz1_-Zsy8E&index=1

“Faz o que tu queres, há de ser o todo da lei!”!

"E os escravos, servirão".

93.93/93!

 Literatura sobre substâncias psicodélicas/êxtases espirituais e afins e Xamanismo:

O Caminho do Xamã – Michael Harner

LSD Minha Criança Problema – Albert Hoffman

Experiência Psicodélica baseada no livro tibetano dos mortos – Thimoty Leary

Erva do diabo – Carlos Castaneda

Encontros com o Nagual – Armando Torres